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Ser saudável implica em sofrer

  • Foto do escritor: Markus Lothar Fourier
    Markus Lothar Fourier
  • 24 de jul.
  • 2 min de leitura
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E se eu dissesse que estar triste, com medo ou com raiva pode ser exatamente o que deveria estar acontecendo com você?

Sim, você leu certo. Em um mundo obcecado por “estar bem” o tempo todo, talvez o verdadeiro sinal de saúde seja justamente o oposto do que nos ensinaram: sofrer.

Não qualquer sofrimento, claro. Não estou falando daquela dor crônica e paralisante que se arrasta por meses sem trégua. Falo de algo mais sutil, mais humano , e mais corajoso: o sofrimento que nasce do contato com a vida.


Sofrer é estar vivo, presente, conectado

Vamos ser honestos.Se você terminou um relacionamento e não sente, ao menos de vez em quando uma tristeza, algo está estranho.Se está prestes a enfrentar um desafio importante e não sente medo, talvez esteja anestesiado.Se sofreu uma injustiça e não sentiu raiva... bom, talvez esteja assistindo à própria vida de camarote.

Sentir coisas difíceis não é um defeito de fabricação. É uma prova de que você está aí, presente, com o radar emocional funcionando.É o preço , que me parece justo , de estar conectado com o mundo, com os outros e consigo mesmo.


Emoções “ruins” não existem. O que existe é contexto.

A tristeza, o medo e a raiva são parte do pacote. Elas não aparecem para te sabotar. Elas são respostas. Reações. Sinais de que algo importante está acontecendo.

Talvez você esteja sentindo tristeza e alívio ao mesmo tempo. Ou medo misturado com entusiasmo. E está tudo bem. Ser humano é, antes de tudo, um exercício diário de ambivalência emocional.

A pergunta não é "Por que estou me sentindo assim?". A pergunta, muitas vezes, deveria ser: "Dado o que aconteceu... como é que eu não estaria me sentindo assim?"


O que diz mais sobre sua saúde emocional não é o que você sente, é o que você faz com o que sente.

A saúde emocional não é ausência de sofrimento. É a capacidade de se relacionar com o sofrimento sem se perder nele.

Sentir-se mal, de vez em quando, é inevitável.Ficar preso nesse mal-estar por semanas, meses, anos... aí, sim, temos um sinal de alerta.

Sofrimento pontual é como uma dor muscular depois de um treino puxado. Incômodo, mas compreensível. Sofrimento prolongado é como uma lesão que você insiste em ignorar, na esperança de que ela desapareça sozinha, o que raramente acontece.


Quando é hora de pedir ajuda?

Se a dor emocional se tornou companhia constante. Se as emoções estão te paralisando, te afastando da vida, te impedindo de ser você mesmo. Se aquele aperto no peito não vai embora com o tempo...

É hora de conversar com alguém.

Um psicólogo pode te ajudar a entender o que está acontecendo , não para te “consertar”, mas para te ajudar a construir uma relação mais sábia e menos punitiva com suas emoções.Não é sobre eliminar o sofrimento.É sobre aprender a navegar por ele sem naufragar.


Dito de outra forma…

Se você está sofrendo por algo que faz sentido, parabéns.Talvez isso diga mais sobre sua saúde do que qualquer post de autoajuda no Instagram.Sofrer, quando se está vivo e em contato com a realidade, é normal.Doer é humano. E isso não é um problema, é parte de uma vida saudável.

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Markus Fourier

Psicólogo CRP 06/155904

R. Havaí, 78 - Sumaré, São Paulo

Daimon - Centro de Estudos de Relacionamento

Próximo da estação de metrô Vila Madalena

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