Ando pela rua: o processo da psicoterapia
- Markus Lothar Fourier
- 17 de jan. de 2023
- 2 min de leitura
Atualizado: 24 de fev.

Quer entender como é o processo da psicoterapia?
Para mim, a melhor forma de explicar como se dá essa caminhada é fazendo uma analogia com um texto chamado "Autobiografia em cinco capítulos", extraído do livro "Tibetano do viver e do morrer", do autor Sogyal Rinpoche.
"Ando pela rua.
Há um buraco fundo na calçada.
Eu caio...
Estou perdido... sem esperança.
Não é culpa minha.
Leva uma eternidade para encontrar a saída.
Ando pela mesma rua.
Há um buraco fundo na calçada.
Mas finjo não vê-lo.
Caio nele de novo.
Não posso acreditar que estou no mesmo lugar.
Mas não é culpa minha.
Ainda assim, leva um tempão para sair.
Ando pela mesma rua.
Há um buraco fundo na calçada.
Vejo que ele ali está.
Ainda assim, caio... é um hábito.
Meus olhos se abrem. Sei onde estou.
É minha culpa.
Saio imediatamente.
Ando pela mesma rua.
Há um buraco fundo na calçada.
Dou a volta.
Ando por outra rua."
O processo terapêutico é como essa caminhada: repleto de repetições, incertezas e autoculpabilizações. Leva tempo (e muitas quedas no mesmo buraco) para compreendermos que temos responsabilidade diante daquilo de que nos queixamos. E, depois de reconhecer como contribuímos para nossas quedas, ainda precisamos descobrir novas maneiras e estratégias para lidar com as situações que nos afligem. Esse aprendizado ocorre, muitas vezes, por tentativa e erro. Nesse percurso, em certos momentos, as coisas melhoram e depois voltam a piorar, mas é essencial perceber que não estamos exatamente no mesmo ponto. A terapia não é um processo rápido e pode demandar tempo até alcançarmos a transformação que almejamos. No entanto, com paciência e comprometimento, podemos aprender a enfrentar melhor nossos desafios e a trilhar caminhos para uma vida mais equilibrada e satisfatória.
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